A "Cruzada de São Sebastião"

Diante da diferença de realidades socias na cidade do Rio de Janeiro, Diego e seu amigo George tiveram a iniciativa de dar aulas para crianças carentes, e neles encontraram a Cristo.

Um dos voluntários com as crianças

A cidade do Rio de Janeiro, como não poucas cidades no mundo, tem muitos contrastes. Perto de um bairro abastado, há favelas; vizinho a uma escola de qualidade internacional, encontram-se colégios sem o mínimo material.

E, às vezes, essa disparidade afeta a amizade, porque que cria uma distância cultural que só aumenta com o tempo.

Isso sentíamos muito vivamente George e eu, pois convivíamos com jovens da comunidade "Cruzada de São Sebastião", um lugar pobre no meio do bairro mais rico da cidade.

Enquanto no trabalho profissional fazíamos projetos de grande envergadura, não fazíamos nada para remediar essa carência. Nos resistíamos, quase nos parecia um cruzada, pois sabíamos que fazer algo implicava, além de disposição, envolver-se, comprometer-se, assumir a responsabilidade de buscar resultados.

Mas começar foi quase tudo! Pois rapidamente sentimos a verdade do que dizia Cristo: há mais alegria em dar do que em receber!

Inicialmente o projeto era preparar estudantes para ingressar na universidade. Mas constatamos que havia um vazio de anos sem um estudo sério. Não houve outro remédio que começar as aulas para as crianças.

É emocionante notar como os garotos menores (10 a 12 anos) percebem nas aulas que alguém os quer bem, que se preocupam por eles de maneira personalizada. Correspondem imediatamente com o esforço, não pequeno, de aprender e apresentar resultados escolares, que melhoram significativamente. Com frequência comentam que os motiva muito os pequenos detalhes: ser chamados pelo nome, que alguém acredite neles e lhes ponha metas altas. Nota-se que cresce sua auto estima, inclusive na postura física, pois andam mais eretos e contentes.

Voluntários preparando uma das aulas.

Pouco a pouco, muitos universitários pediram para ajudar. E estão presentes por inteiro: não fazem de qualquer maneira, mas se esforçam ao máximo, porque percebem que não basta dar qualquer coisa, pois se trata de gente muito fragilizada e com enormes dificuldades de aprender as coisas mais simples.

Uma universidade, vendo o esforço dos seus alunos para ajudar os necessitados, nos facilitou o aluguel de uma casa, de modo que o projeto ganhou independência e, hoje em dia, há fila de pessoas querendo dar aulas.

Como as crianças mudam, eu também sofri uma pequena revolução na minha vida. Nunca imaginei Cristo necessitado de ajuda, mas de fato agora o vejo... nesses garotos.

Diego Tostes