A associação Harambee ajuda África a ajudar África

A Associação Harambee promove o desenvolvimento em vários países africanos. Há projetos em curso na Costa do Marfim, Congo e Nigéria. A Rádio Renascença (Lisboa) ouviu Cátia Sá Guerreiro, presidente da Associação, no passado dia 1 de fevereiro, no programa "Princípio e Fim". Divulgamos, deste modo, a notícia que a Renascença publicou no seu site.

A Associação Harambee promove o desenvolvimento em vários países africanos. Há projetos em curso na Costa do Marfim, Congo e Nigéria. A Rádio Renascença (Lisboa) ouviu Cátia Sá Guerreiro, presidente da Associação, no passado dia 1 de fevereiro, no programa "Princípio e Fim". Divulgamos, deste modo, a notícia que a Renascença publicou no seu site.

Foto: Harambee

A associação Harambee promove o desenvolvimento em vários países africanos. Mas não envia recursos humanos, nem materiais. O que faz? Angariar financiamento para projetos locais.

É "ajudar África a ajudar-se", que passa pelo "financiamento de projetos de africanos, por africanos e para africanos", explica Cátia Sá Guerreiro, responsável pela Harambee em Portugal.

Harambee

é uma organização internacional nascida aquando da canonização de São Josemaria Escrivá, fundador da Opus Dei, em 2002. Está em Portugal desde 2009.

Cátia Sá Guerreiro explica que na base do projeto estão os princípios que defendia São Josemaria Escrivá.

"O promotor do desenvolvimento tem de ser o próprio Homem, a própria pessoa, no lugar onde se encontra". É por isso que "não envia material, não envia recursos humanos", apostando no financiamento de "aquilo que os projetos precisam, com o devido controlo e avaliação".

"O Harambee tem sempre esta visão: não dar as coisas feitas, mas proporcionar condições para que se possam fazer no local, com os recursos do local", reforça.

Nigéria, Costa do Marfim, Congo

Todos os anos há um concurso para selecionar os projetos a financiar, mas este ano a estratégia foi diferente. Para assinalar a beatificação de Álvaro del Portillo, o primeiro sucessor de São Josemaria Escrivá à frente da Opus Dei, o que se angariar em 2014 e 2015 destina-se a países por onde ele passou, há 26 anos, e onde identificou várias carências.

Centro Hospitalar Monkole, Congo. Fonte: Harambee

É o caso da Nigéria, onde "vai ser criado um centro materno-infantil e dada formação nesta área a médicos e assistentes cirúrgicos".

Na Costa do Marfim, "o projeto incide numa campanha de luta contra a desnutrição na infância e formação em higiene e nutrição".

Na República Democrática do Congo vão ser reforçados "os dispensários, aqueles centros de saúde espalhados pela zona periférica", e será apoiada a escola de enfermagem local.

Nos primeiros dez anos de existência, a Harambee financiou 39 projetos em 15 países africanos, num total de mais de 1 milhão e 350 mil euros. Foram apoiados sobretudo projetos na área da educação e da saúde.

Donativos "tu a tu"

O Harambee "não é uma máquina de cooperação internacional". Por isso, os donativos "nunca são de grandes montantes, nem feitos por empresas", diz Cátia Sá Guerreiro. São "donativos 'tu a tu', iniciativas de amigos que se juntam e que promovem determinada atividade cujos lucros são a favor destes projetos".

Foi o que aconteceu numa escola do 2º ciclo, onde todas as actividades do ano, em 2014, renderam 500 euros à associação.

"Não é tanto o valor em dinheiro que importa", diz, "mas o valor de quem se junta a esta causa, acreditando que é uma forma de ajudar efetivamente o continente africano".

Outro pilar do projeto é "comunicar África". "Trazer aos países europeus o bom que existe naquele continente". Nesse âmbito, em 2015 haverá um prémio de jornalismo.

Outra aposta é a formação de sacerdotes. Parte dos fundos angariados este ano destina-se a financiar bolsas de estudo para padres e seminaristas africanos na Universidade da Santa Cruz, em Roma.

A entrevista a Cátia Sá Guerreiro foi feita por Ângela Roque,

transmitida no programa "Princípio e Fim" do passado domingo, dia 1 de fevereiro.